Lista com os verdadeiros protagonistas de qualquer evento: os joguinhos brasileiros gostosos demais
Depois de falar os pontos positivos e negativos da primeira edição da gamescom latam, evento que "substituiu" o antigo BIG Festival, bora ao que realmente interessa, que são os joguinhos brasileiros.
Felizmente, quase todo canto da SP Expo tinha algum exemplo de jogo nacional, então vou separar a lista entre destaques do Panorama Brasil (seleção oficial da gamescom), do Sampa Games (jogos acelerados pela Adesampa), da SP Cine Games (incubadora de jogos de São Paulo) e outros cantos, como o estande da Abragames, a Indie Area ou amigos que estavam só rodando pela feira mostrando seus jogos do jeito que dava.
A ideia aqui não é falar dos finalistas do Panorama Mundo, vencedores das categorias da gamescom ou jogos que apareceram no The Enemy Direct - e sim dos jogos que estavam espalhados lá no chão da feira. Então fatalmente ficarão de fora belezuras deliciosas como Coralina, Bem Feito, Astro Pig, Posthumous Investigation, Asleep e Momodora - mas fica aqui a menção e o carinho.
Destaques do Panorama Brasil:
Se com menos de seis meses a mineiraiada desenvolvedora de Sina já entregou isso, imagina com mais tempo? O jogo tem uma proposta de soulslite, com gráficos e animações estilosos, combates técnicos e um universo mitológico interessante.
Seu simulador de agiotagem preferido, Debtors Club é um jogo com o selo Caio Paifer Mecagames de desenvolvimento. Gerencie propina, descubra segredos e coloque todo mundo na folha de pagamentos do prefeito corrupto que conhecemos em Karma City Police. Com uma arte incrível direto da Rússia e textos crocantes do degenerado Victor de Paiva (Cartomante, Astro Pig).
Se Hyper Light Drifter e Hades tivessem um filho e ele nascesse na América do Sul, ele se chamaria Ending Tau. Esse roguelike lindíssimo abraça diversos símbolos das culturas indígenas sul-americanas com um combate intenso e cheio de possibilidades. Você consegue transformar as maldições das divindades em poderes novos pra derrotar as monstruosidades criadas pelo deus da escuridão Tau e seus sete filhos monstruosos.
Aquele jogo cheio de significados, significativos e significâncias pra pegar direto no nosso peito, sabe? Albatroz tem paisagens com visuais estonteantes pra você explorar em busca do sentido da vida, da amizade e de outras questões existenciais. Trabalho de primeiríssima da Among Giants.
Depois de entrar na lista de melhores jogos de 2023 do Controles Voadores, Raimodula teve a chance de brilhar também em um chão de feira, com milhares de pessoas testando suas habilidades num jogo de ação arcade bem frenético e com uma arte absolutamente incrível. Muito legal conhecer pessoalmente o desenvolvedor do jogo e conseguir trocar algumas palavrinhas no meio da enorme fila de jogadores pra testar Raimodula.
Aos poucos Lipsync Killers vem ganhando os holofotes que merece nos eventos e na cobertura de joguinhos brasileiros. Essa viadagem gostosa da Fab. Studios junta jogos de luta e jogos de ritmo com a cultura das drag queens pra trazer uma experiência fresquíssima e colorida. Lipsync usa a jogabilidade estilo OSU! e coloca drags pra se enfrentar em batalhas de dublagem com especiais babados, itens customizáveis e personagens da vida real. Potencial gigantesco que só deve crescer cada vez mais. (Oi Pabllo, já conhece a iniciativa Lipsync Killers?)
Aquela misturinha gostosa de combate estratégico por turnos com "baralho" de dados. YVY é uma aventura inspirada na luta dos indígenas contra os colonizadores do século XVI. Você pode modificar seu estilo de luta com artefatos, equipamentos e tambores de batalha para incorporar o poder de divindades indígenas e descer a porrada nos invasores coloniais.
Sophie Starlight é um jogo que tá presente desde o começo do Controles Voadores, lá em dezembro de 2021. Foi muito legal ver o Junior finalmente expondo esse projeto que evoluiu tanto nos últimos anos. O jogo é um metroidvania com foco bem narrativo sobre a escuridão e a solidão da diferença, que segue uma garota com poderes que assustam os demais. Obviamente, Sophie é a única esperança e precisa explorar esse reino aflingido por uma escuridão misteriosa.
Destaques da Sampa Games:
A história brasileira foi algoz do povo preto, principalmente ao supostamente libertar as pessoas escravizadas depois de mais de 300 anos de exploração sem garantir acessos aos instrumentos mais básicos da sociedade e condenando esse povo às periferias da existência. Silva te coloca como elemento de vingança contra esses opressores do Brasil do final do século XIX, com uma trilha de metal pesada, gráficos lindíssimos e muito sangue derramado.
Num futuro muito distante, Excommunicated usa uma mecânica muito interessante pra contar uma história de ficção científica sombria e misteriosa. O jogo da Tamarin tem combate praticamente rítmico que depende da sua DIGITAÇÃO. Escreva certo - e rápido - as palavras pra vencer suas lutas e descobrir tudo por trás das bizarrices de uma estação espacial abandonada.
Belief é um RPG focado no combate e na ação, em que você controla a própria encarnação da Esperança pra derrotar criaturas sombrias com magias elementais, movimentação frenética e muita paulada giratória com espadas. O jogo tá a mais pura crocância mecânica e visual, pode pular sem medo.
Que delícia é jogar um joguinho de plataforma 3D, ficar balançando por aí explorando florestas e destruindo criaturas corrompidas por uma entidade maligna com seu bração que estica. Guardião Tupã é uma aventura contra a extinção das criaturas folclóricas e pela preservação da natureza desse mundo de fantasia inspirado no Brasil.
Aqui o filho chora e a mãe não vê. Demonak é daqueles jogos de ação em plataforma retrô inspirados em Castlevania. Gráficos monocromáticos, dificuldade perfeita pra fazer você surtar e muito estilo em combinar seus poderes pra derrotar o exército do Rei Demonak.
Destaques da SP Cine Games:
Quando os queridíssimos da Team Zeroth fazem um jogo a gente tem que parar pra jogar onde dá - e onde deu foi no chão da gamescom mesmo, enquanto entregava camisetas dos Joguinhos Brasileiros. Plungeez é um jogo de plataforma sobre uma encanadora que cai no bueiro e precisa explorar os subterrâneos de Salvador. Mecânica gostosinha de grudar nas paredes com dois desintupidores, mergulhar nas salas alagadas, arrumar canos estourados e descobrir a saída. Jogo crocante em todos os aspectos.
A mistura certa entre Among Us, Overcooked, Chants Of Sennaar e uma pitadinha de Keep Talking and Nobody Explodes. F.O.O.D.S. é um party game cooperativo em que você precisa decifrar línguas alienígenas pra seguir receitas e tocar um fast food espacial. A pura definição do caos culinário e jogatínico, o jogo também estava presente no Panorama Brasil. Ah, o sabor do calabouço.
Você já viu jogos de ritmo. Você já viu jogos de drift. Mas você nunca viu um jogo de DRIFTMO. lunr.rdio.taxi é uma experiência psicodélica musical em que você precisa deslizar sua nave dentro de túneis estroboscópicos ao som de músicas deliciosamente frenéticas. Impossível não viciar, juro.
Um metroidvania sobre uma mariposa jornalista que precisa explorar uma vila distante envolta num mistério. São muitas salas pra explorar e mariposinhas pra entrevistar até descobrir todas as fofocas de Lycosina. Gostamos MUITO de Moth Planet.
Um jogo lançado em 2023, mas que merece muito sua atenção. Glitchers é um beat 'em up tradicional com uma variedade legal de golpes e um extre bem bacaninha: ao invés de um ataque especial, você consegue hackear os inimigos através de quebra-cabeças pra criar combos e aumentar seus ataques. Tudo isso envelopado num visual bem desenho animado que lembra, inclusive, outro jogo de porradinha brasileiro, o Josh Journey.
Destaques soltos por ai:
Jogo fresquinho feito por dois desenvolvedores sobre um universo fantasioso inspirado nas regiões brasileiras e na arte do estúdio Ghibli em que um humano acorda em um mundo dominado pela natureza e por robôs. Pavu traz um combate com inspirações em Zelda, mas com pitadas do combate estratégico dos jogos soulslike.
Foi muito legal ver o Changers Seven de novo na gamescom, dessa vez no estande da Abragames, depois da mudança de estilo que o jogo sofreu desde o apresentado ano passado. O que antes era um beat 'em up estilizado, agora tem uma pegada bem mais hack'n slash das ideias, colocando heróis inspirados nos tokusatsu pra enfrentar inimigos espalhafatosos numa cidade inspiradíssima em São Paulo.
Conheci o Ironhive na BIG do ano passado e é impossível não citar um dos jogos mais bonitos do evento. Mistura de jogo de gerenciamento de cidades com construção de baralhos e exploração em busca de recursos, o jogo novo da Wondernaut é o primo emo e sombrio de Spiritfarer, onde você precisa montar cidades góticas verticais encaixando as estruturas necessárias pra fazer esse ambiente prosperar. Crocância em altos níveis aqui.
E o vencedor de Melhor Jogo do BIG de 2023 também não podia ficar de fora (embora tenha tido que pagar uma notinha pra estar de dentro). Bloodless é um jogo de samurai sem espada, você é a ronin Tomoe, que abandonou a violência e agora precisa desarmar e derrotas seus antigos companheiros do exército de um tirano violento. Muito estilo, combate redondinho e foco nas defesas e contra-ataques. Praticamente um jogo de estratégia, só que de ação. Bem Arte da Guerra das ideias.
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