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Lucas Resende Toso

Salada indie crocante no Festival Jogatório

O Festival Jogatório foi realizado em parceria do Sesc 24 de Maio com a Firma Game Dev

Como eu já deixei o que eu tinha pra falar sobre o Jogatório na semana passada, dessa vez vou direto ao ponto pra listar algumas novidades bacanudas que estavam por lá e que ainda não deram muito as caras aqui no Controles.


Essa lista aqui vai ter alguns dos mais de 40 jogos que participaram do evento - oficialmente ou não. Vale citar outros queridos que tiveram por lá como o Felipe Dilly (Takara Cards), Heitor Dias (Uni Duni), Amaweks (Bruxólico), Gabriel (Moth Kubit), a turma toda da Dragon Roll Studios (Pivot of Hearts) e o Tashiro da Mad Mimic (Mark of the Deep), que já tiveram episódios inteiros ou apareceram em outras listas do site.



Ação da boa, polígonos disfuncionais, cenários monocromáticos e SUPER SLOW MOTION. Death Elevator é um Superhot mais fluído e menos estratégico com muitos inimigos em espaços pequenos e a habilidade de ver as balas em câmera lenta quando elas tão próximas a você. Basicamente é Matrix se Matrix fosse um jogo indie brasileiro e DO BOM.


Mais um acerto do Fernando que segue colecionando acertos como Devil Inside Us, The Lacerator e MARS 2120 - coisa pouca, viu?. Inclusive, também dava pra testar o Lacerator lá, então fica a menção.


Outro jogo de tirinho, mas com proposta totalmente diferente de Death Elevator, Fi Da Puti Samurai é completamente frenético, extremamente colorido e totalmente depravado. Exploda, coloque fogo ou marrete inimitos em um retiro espiritual virtual que acabou sendo corrompido por vírus digitais com visual de personagens sexualizadas de animes.


Fi da Puti Samurai é perfeito pra descarregar o estresse do dia a dia pra ficar ainda mais estressado com vampira coelhinha zumbi te matando de todos os lados. Mentira, é só bom mesmo e super fluidinho mesmo, um caos sem parar.


"Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas." Além de discutir se Brás Cubas é um defunto autor ou um autor defunto, The Posthumous Investigation vai te colocar na posição de um detetive que precisa descobrir quem é o assassino do irônico protagonista.


Uma viagem pelo universo de Machado de Assis com personagens tanto de Brás Cubas quanto de outros romances do autor brasileiro. E numa estética noir com artes muito bem desenhadas. Proposta interessante e execução interessantíssima do estúdio.


Cat Leather Jackets tem estilo de sobra, música boa e jovens atormentados pelas decisões da vida. O novo jogo da Garoa em parceria com o artista diogoh3x mistura visual novel com estética de quadrinhos, jogo rítmico a la Guitar Hero e uma história envolvendo três adolescentes tentando trilhar o caminho indie e punk da música.


O estúdio também estava com o Astro Pig lá no evento caso com direito ao próprio Buyk, que entrou na dança dos adesivos e também espalhou a palavra dos joguinhos brasileiros, gostoso demais.


Um dos nossos cariocas preferidos, o Ramiro tava felizão de levar o Forgotten pela primeira vez num evento público. E quem jogou também ficou felizão. Forgotten Mines é um jogo tático extremamente responsivo e cheio de liberdade desde quando você cria seu time (raça e classe) até como você lida com os inimigos e cenários.


Dá pra soltar magia na água pra criar novas plataformas, quebrar o chão pra conseguir passar, minerar pedras no mapa e também atacar seus próprios bonecos. O jogo tá lisinho e é um presentaço pra galera que gosta duma briga por turnos.


Outro conhecido das redes que deu as caras foi o Roberto com o carismatiquíssimo jogo da banana com problemas sérios de ansiedade. Doug's Nightmare é um bullet hell desenhado a mão naquele visual tirinhas de jornal, protagonizado por uma banana estressadíssima e com inimigos que vão desde moscas e vegetais estragados até ocultistas e um Buda-Cthulhu.


Como todo bom ansioso, Doug também tem uma barra de estresse que, quando chega no limite se manifesta como uma banana-dark pronta pra te atacar e atrapalhar seu rolê até você tomar seu rivotril, digo, matar ela figurativamente. Jogo bonito de rosto e de alma também, coisa linda.


Raider Kid é uma aventura perfeita de Indiana Jones feita pra Game Boy Color. Com direito a chapelão de aventureiro, tesouros bacanudos e um chicotaço multiuso, você controla uma criança entediada durante as férias de família que decide experimentar os mistérios das antiguidades de um jeito mais vívido.


Viagem no tempo pra lá de incrível do pessoal da Cacareco, com uma arte no ponto, mecânicas crocantes, quebra-cabeças, segredos e chefes diferentes pra gente enfrentar nessa busca pelo Baú de Rubi. Jogaço!


Mr. Wings é um jogo que lamentavelmente foi reprovado como projeto final de Vand no curso de desenvolvimento de jogos. Acabei não perguntando muito se quem reprovou deu justificativas sensatas, mas eu gostei bastante do que pude jogar.


Temos uma aventura retrô em 8x8 pixels de um Sr. Coelho que taca-lhe porrada com seu cajado e pula radicalmente alto. As mecânicas estão gostosinhas e a trilha é excelente. Inclusive, dá pra ir testar o jogo e tirar suas próprias conclusões se ele deveria ou não ter sido reprovado! Quero muito ver pra onde vai essa narrativa e esse projeto de muito potencial.


Awakening Sarah é a sequência imediata de Dreaming Sarah, jogo de plataforma focado em exploração, quebra-cabeças e mundos dos sonhos da protagonista que se recupera depois de um coma profundo. Essa nova aventura mantém a exploração não-linear, com itens que desbloqueiam novas que vão do seu melhor sonho pro seu pior pesadelo.


As mecânicas e visuais também continuam uma delícia e o som é super imersivo. É a volta da Asteristic pra esse universo mais sombrio depois de oito anos do primeiro jogo.


Uma dupla mucho da simpática mostrou um jogo de plataforma focado em ação e quebra-cabeças protagonizado por uma garota indígena e seu arco e flechas. A mecânica gira em torno de calcular mentalmente as rotas dos tiros com arco pra desabilitar inimigos corrompidos sem matá-los enquanto você tenta encontrar o próximo passo pra avançar.


A jogabilidade tá bem fluída e rápida, com vários tipos de flechas desbloqueáveis pra enfrentar diferentes inimigos. Muito potencial, assim como o segundo jogo deles, tipo aqueles airhockey só que cada gol desbloqueia uma ação nova como bolas duplas, bonecos gigantes ou gelo na pista. Ambos jogos de game jam com um ótimo futuro.


Fazendo parte do time de devs que encostou no evento com seus notebooks pra mostrar seus jogos, Reality Rash é um beat'em up 3d redondinho, com combos fluídos e modo coop pra dois jogadores soltarem o braço nos inimigos numa pegada bem Jackie Chan Stuntmaster de PS1, mas com visuais mais modernos.


O jogo conta com uma história que mescla realidades diferentes e protagonistas diretos dos anos 80 e 90. O dev Luiz Duarte ganhou demais a gente no carisma e ainda criou um dos melhores nomes de estúdio: Give Your Jumps - o famoso DÁ SEUS PULO.


Outro jogo da turma do fundão é essa aventura totalmente anime das ideia. A Combustão Covarde do Travis é um plataforma de ação com estilo e narrativa de shonen engraçadão, com o "espírito" megalomaníaco do Sol tomando conta do corpo de um otaku que não leva jeito pra nada e nunca se da bem.


Nessa salada toda, o protagonista consegue poderes bizarramente fortes e é arrastado por esse espírito prepotente em sua própria busca por fama e ENTRETENIMENTO, porque é pra isso que a gente destrói robôs e a polícia anti-espíritos.


Misturando todo tipo de jogo de rua possível, a Pangada é um futebol-taco-hockey-vôlei jogado por personagens estilosos com poderes únicos em cenários brasileiros com empecilhos diferentes.


Esse rolê cheio de personalidade e com cara de Brasil é um projeto de alunos do quarto semestre da PUC de São Paulo, que foram no festival bater perna e apresentar seu projeto pra galera - tipo o Controles, só que devs. Mestres da Pangada tem ideias boas e um baita potencial pra se expandir além do projeto da faculdade da rapaziada.


Quando tava quase indo embora, o Gilberto Ataide, professor, entusiasta de gueimes e ouvinte do Controles, me reconheceu e me apresentou pro Thiago da Among Giants. E a gente conversou um monte sobre Albatroz, novo jogo do estúdio.


Eu já conhecia a produção FODA do time em Distortions e Albatroz não fica atrás. É um jogo de exploração grandioso, que mistura cenários realistas lindíssimos e personagens mais estilizados que se destacam dos ambientes. O negócio promete ser uma daquelas aventuras intimistas e que vão colocar a gente pra respirar fundo, curtir uma trilha sonora delicinha e se emocionar. Boto muita fé.

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