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Lucas Resende Toso

Mais do que o poder das palavras - Histórias da BGS

Atualizado: 28 de out.

Master Lemon: The Quest for Iceland é uma aventura sobre amizade, luto, palavras e auto conhecimento



Jogar com palavras é uma arte muito complexa e diversificada. De jornalistas a desenvolvedores de software, de professores a músicos, dependemos dessas pequenas estruturas pra criar mundos. Algo que magos (e não feiticeiros, nem bruxos) também fazem, estudando anos a fundo pra traduzir os poderes da natureza ou do oculto em cânticos, magias, runas.


Master Lemon é um desses cânticos criados por um mago da vida real. Um estudante de línguas, culturas e audiovisual se aventurando em uma nova linguagem: os jogos. Julio Santi homenageia não só o seu amigo Limão, mas a si mesmo também, com uma aventura sobre amizade, memória e o poder das palavras.



“Ele morreu falando dez línguas, eu já estudei mais de dez. É sobre apreciar línguas, a gente fala sobre degustar. Eu sempre gostei de línguas. Fui começar o chinês mais pelo taoísmo e o Limão quis me conhecer por causa disso, ele que me ensinou a ser autodidata”, contou Julio durante a BGS 2024.

Um personagem feito em pixel art de cabelo marrom e mochila azul nas costas está no centro da imagem de costas. Em sua frente há um personagem sentado em um tapete usando um gorro vermelho e capa azul. Há uma energia azul em sua volta. Quatro homens de turbante branco estão sentados ao lado deste tapete. Na parte de baixo da imagem existem dois objetos enormes para observar as estrelas.

O jogo conta a história do poliglota Limão em sua jornada para aprender o idioma islandês, assim como o amigo que inspirou o projeto da Pepita Digital. Criaturas estão se alimentando de memórias e destruindo todas as línguas. Cabe ao jogador investigar esses mistérios usando literalmente palavras pra materializar objetos, se teletransportar e se conectar com essa história.


Mas se engana quem acha que essa aventura evoca algum tipo de тоска. Master Lemon é uma memória, mas também uma fantasia complexa e grandiosa, não é um jogo para aprender línguas, mas sim vivê-las. É uma forma positiva de processar o luto e homenagear aqueles que nos atravessam e deixam uma parte de si na gente. É uma deliciosa mistura de jijivisha e jigyasa. 

"Videogame é uma baita linguagem. Eu amei. A vida gira em torno de histórias e línguas” - Julio Santi, criador de Master Lemon

Não é um jogo sobre a morte, é um jogo sobre a vida. E é engraçado - talvez engraçado não seja a palavra exata pra isso -, mas me parece um jeito excelente de lidar com a perda. Digo isso vindo desde uma criança que teve muita dificuldade em lidar com a perspectiva da morte até um adulto que acabou quase que indiferente a esse - e outros - sentimentos.


“Atualmente deve ter entre 100 e 200 palavras. Tinha mais, mas eu percebi que tinha que ter menos pra marcar mais. Foi um processo de formiguinha, até hoje eu descubro palavras e ponho, depois de 3 anos já”, acrescentou Julio.



Master Lemon é a primeira aventura da Pepita Digital na criação de jogos. Além de poliglota autodidata, Julio vem do cinema, tendo dirigido e escrito o longa-metragem O Caseiro (2016). “Videogame é uma baita linguagem. Eu amei. A vida gira em torno de histórias e línguas”.


O jogo tem previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2025, em abril ou março, com 6 a 10 horas de duração (dependendo do seu nível de completismo).


Master Lemon foi contemplado pelo programa ID@Xbox e já tem lançamento no PlayStation e Xbox garantidos, com um port pra Switch também em processo. Acompanhe Master Lemon na Steam.

58 visualizações1 comentário

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1 Comment


victordepaiva.rio
Oct 22

Conversei com os devs na BGS, uns queridos! Como também aspirante a poliglota, desejo tudo de bom pra esse projeto tão delicado e inspirador

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